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Andar pelo leito do rio, sem rumo, descalço, sem direção e deixando-se navegar pelas águas límpidas e fresca que seguiam numa direção que não sabíamos, e pouco importava para onde ia; enroscando-se nos galhos das árvores que o margeavam, sem medo do próximo passo, sem medo da vida, sem se importar com a primeira curva ou com a profundidade da água, no calor de mais de quarenta graus e parando, de vez em quando para sentar na pedra esquentada pelo sol de dezembro; espantando os lambaris e roubando laranjas, melancias e vergamotas dos sítios que margeavam o panduí.
Essa era a minha vida em Amambai no final dos anos 60.
Hoje, quando lembro da minha infância vivida em uma pequena cidade, perdida nos campos serrados do Estado de Mato Grosso, depois divido e chamado do sul; fecho os olhos e recordo a forma como vivíamos eu, meu irmão e meus amigos, de uma maneira e em uma terra que poucos meninos tiveram a sorte de viver o que vivemos. Não havia televisão, computadores, jogos eletrônicos, internet e mesmo assim éramos felizes, vivendo a simplicidade de uma vida em que somente a natureza era a cúmplice de nossas travessuras e marotagens que faziam a nossa alegria de viver.
Eu, o bugre meu irmão, o zé jardim e outros vivemos esta e muitas outras estórias.
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